segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Esclarecimento


Livro por Nazarethe Fonseca: Blog Alma e Sangue.

Promoção do Livro Alma e Sangue:
O que você faria se encontrasse no sótão uma criatura com mais de 300 anos, sedenta de sangue?

"Estática, essa seria minha reação durante os primeiros segundos.
Uma criatura branca, assustadora e ao mesmo tempo sedutora, me encarando com olhos sedentos de sangue, olhos vermelhos brilhantes, com apenas um pensamento na sua mente: meu sangue.Eu estaria curiosa, oscilando entre o medo e a vontade de descobrir quem é o ser à minha frente.Decidiria que é cedo demais para seguir em frente, se ainda não fosse tarde demais para voltar atrás."

Michele Penteado.

Para minha felicidade, minha frase foi a vencedora. Já li o primeiro capítulo do livro e o indico a vocês. Vale a pena conferir.
_________________________________________
Apenas um simples esclarecimento, para entenderem a estrutura do blog: Todos os textos postados aqui são de minha autoria. Os textos que são retirados do meu livro - Catty Girl - the outset - serão identifcado como tal. Os demais textos não fazem parte do livro, são apenas de minha criação independente.

Michele Penteado.

Hora de partir


É sempre difícil dizer adeus a quem se ama. É ainda mais complicado, porém, quando se dá adeus à sua vida. Foi assim que eu me senti quando tive que partir. Nada mais poderia me segurar naquele lugar, nem mesmo os olhos afogados em lágrimas que me fitavam com agonia. Por mais que meu coração insistisse em permanecer, eu não poderia. Eu sabia que não seria saudável ficar, assim como também não seria se eu partisse. Entretanto, eu não tinha mais escolhas. Minha decisão já havia sido tomada, e eu não voltaria atrás. Mesmo que sofrer fosse o único caminho para que aqueles olhos - ainda com lágrimas, que me encaravam em frente ao espelho - pudessem voltar a sorrir. Eu lutaria até o limite do meu coração para fazê-lo feliz. Mesmo que o seu desejo ficasse a quilometros de mim.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

domingo, 30 de agosto de 2009


Eu estava perdida. Sem repirar no fundo do mar. E não era um mar de rosas. Apenas tristeza e ilusões me cercavam. Não havia para onde fugir. Foi quando ele apareceu. A força que emanava dele levava para longe qualquer tristeza que me atormentasse. Não havia mais frio, nem dor, e o ar estava por toda parte, agora. Eu podia sentir seus braços quentes ao meu redor. Era fácil ouvir meu coração bater. Respirar o ar puro outra vez. Ele era o calor do meu corpo, ele era o oxigênio que eu precisava. Era doentia minha dependência por ele. Entretanto, eu não pensaria nisso, não agora, não estando feliz e livre. Os problemas podiam ficar para mais tarde enquanto ele permanesse ao meu lado.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

sábado, 29 de agosto de 2009


I was broken. It was all dark, and it had no light in nowhere. I was tired and lost. There was only one reason why I awoke from the nightmare. It was when you came. The lights came with you. And I knew I was free. Your arms were the only thing I could see. And nothing else mattered. You filled the emptiness inside my chest. There wasn't darkness anymore. It was just you and me.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Broken Heart


Ele prometeu que seria eterno. Ele enchia o peito para falar do seu amor. Eu acreditei na velha história de almas gêmeas. Mas as palavras se desfizeram no ar. Foram levadas pela forte correnteza da sua vida. Agora ele está parado na porta. Esperando o momento certo para partir. Não há momento correto para isso. Você sempre vai partir um coração enquanto continuar a agir assim. Ele parece não ouvir. Ou talvez ele apenas não queira ouvir. Talvez isso realmente não importe a ele. Eu posso apenas ver suas costas agora. Ele já não olha mais para trás. Sinto o vazio no meu peito. A dor é quase palpável, quase real. Tento ser forte e continuar em pé. Ele, porém, já levou todos os meus sentidos. Eu não posso nem ao menos sentir meus pés. Eu estou no chão. Entretanto, ele continua sem olhar para mim. Já não importa mais com quem estou, pra onde eu vou. Já não importa mais saber de mim...

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Feito a lua


Espero o silêncio da noite para desabar. Ninguém precisa ouvir os meus lamentos. Agora sou apenas eu e a escuridão. Somente a lua me observa. Ela também me parece triste. Quieta e apagada; as estrelas já não estão mais lá. Apenas nuvens a rodeiam. Talvez seja exatamente assim que eu me sinta. Minhas estrelas sumiram; eu não encontro o meu sol. E assim como a lua, eu continuo mudando constantemente, na expectativa de encontrar o encaixe perfeito.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Primeiro amor


Faz tempo que você não manda notícias. Eu me pergunto se você algum dia irá voltar, se algum dia irá lembrar que eu e você já fomos nós. Olho pela janela; tudo continua igual. Exceto a brisa fria, que não carrega mais seu cheiro. Não importa o quão fundo eu respire, você não está mais lá. E assim como o porta-retrato, meu coração também está vazio. Eu esperava que a dor passasse com o tempo. Entretanto, o burraco parece se abrir ainda mais, cada vez que penso no seu nome. Meu corpo deseja o seu, ainda que saiba que somos feito o sol e a lua. Eu apenas não posso controlar meus sentimentos. Na verdade, eu sinto que não posso controlar a mim mesma. Eu sempre amarei você.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

domingo, 23 de agosto de 2009

Despedida


"- Hm, Davi! Já são 13h, você vai perder seu vôo!
Meus olhos se encheram de lágrimas. Senti minhas pernas tremerem e meu coração disparar, batendo duas vezes mais rápido que o normal. Não sabia se conseguiria me conter na frente de Davi. Vê-lo partir, sem saber quando voltaria a vê-lo. Saber que ele não seria mais meu, que não poderia mais pensar nele do jeito que pensava, que não poderia mais amá-lo do jeito que eu amava. Não seria saudável que ele visse minha fraqueza, seria melhor se ele pensasse que eu não o amava mais como uma mulher ama um homem. Eu me recompus, respirei fundo três vezes, sem deixar que ele percebesse, enquanto andávamos para a fila de embarque.
- Ei, vou sentir sua falta! Quero que me ligue às vezes, se estiver com problemas, ou se quiser contar as novidades, ok?! – Eu sussurrei enquanto o abraçava. Inalei seu cheiro o máximo que pude. Eu o guardaria em algum canto da minha memória, onde ficasse intacto e protegido.
- Ainda somos amigos, certo? – Ele questionou ao me abraçar ainda mais apertado. Eu guardaria esse abraço também. Queria me lembrar de todos os momentos bons que passei ao lado dele.
- Claro que sim, sempre seremos! – Eu beijei sua bochecha e me afastei, olhando para o painel. – Acho que é o seu vôo que estão chamando. Cuide-se, ta legal? Quero que você se alimente bem e durma direito, faça amigos, ok?! E seja muito feliz, eu sempre vou torcer por você! – Eu estava segurando as mãos dele e as balançando de um lado para o outro, como se estivéssemos no jardim de infância.
Ele riu ao perceber o meu gesto. – Eu vou tentar, Mels! Eu prometo, meu amor! Cuida do George e de você, ok?! – Minha concentração foi quebrada quando a locutora do aeroporto chamou pela última vez o vôo com destino a Jacksonville, onde David desembarcaria. É claro que Folkston não tinha nenhum aeroporto, mas ficava a cerca de 45 Ml do aeroporto de Jacksonville.
- Ta na minha hora! Eu te amo, Mels! – Ele beijou minha testa e se afastou de mim, lentamente, arrastando sua mala, andando de costas para o portão de embarque.
- Eu te amo, Davi! Boa sorte! – Minha voz saiu como um sopro, sem força, e rápido demais pra que ele ouvisse, mas ele pareceu entender nos meus lábios.
Quando ele desapareceu entre os outros passageiros, eu decidi que era seguro desmoronar. As lágrimas lavaram meu rosto, como se alguém tivesse morrido, e não apenas partido. Era isso que eu sentia, eu havia morrido. Uma parte de mim, do meu coração, estava sendo enterrada naquele momento, e era isso que eu queria, isso era o certo a acontecer.
Eu demorei alguns minutos para me levantar do chão do banheiro do aeroporto e ir até o meu carro, que estava no estacionamento. Muitas pessoas devem ter me olhado, minha cara certamente era de luto. Mas eu não percebi, não lembro como cheguei até em casa. Não sou capaz de dizer em que momento consegui dormir. E também não consigo descrever a dor que tomou meu corpo e minha alma até que eu adormecesse."

Por Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)
© direitos reservados a autora

sábado, 22 de agosto de 2009

Apaixonada


Ele caminhava lentamente até mim. Havia flores nos seus braços. E o sorriso em seu rosto estava em perfeita sincronia com o luar que dominava o céu. Ele, porém, parecia não notar a incrível lua cheia. Seus olhos estavam fixos nos meus.Seus passos eram lentos, graciosos. Não existia mais nada pra mim. Agora que eu já estava hipnotizada, era impossível desviar o olhar do ser perfeito à minha frente. Apenas alguns metros nos separavam. Era longe demais. Meu corpo gritava por ele. Apressei meus passos. Entretanto, já era tarde. Eu estava sozinha. É loucura acreditar nisso, minha mente gritava em protesto. Meu coração, no entanto, ainda se enchia de esperança quando ele ameaçava reaparecer. Amor estúpido.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mania de escrever


As idéias surgem sem aviso. É difícil organizá-las. Às vezes não há tempo para lidar com elas. Há outras prioridade à sua frente, eu tento avisá-las. Entretanto, elas não dão ouvidos.
Minha mente está cheia delas. Elas têm fome de papel. Mas parecem insaciáveis. Espere, elas estão em menor quantidade, agora. Sentem-se cansadas. Haverá mais tempo para vocês amanhã, eu tento acalmá-las. Enquanto, uma a uma, se esconde em algum lugar muito escuro da minha mente. Já não posso mais vê-las.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Não quero mais ouvir!


Enquanto ele grita comigo, eu tento me desligar desse mundo. Preciso apenas ficar sozinha nos meus pensamentos. Mas ele grita lá também. Como se eu já não soubesse tudo o que ele tem a me dizer. No entanto, ele continua repetindo as mesmas frases: Eu não te amo mais, estou cansado disso. É tudo o que meus ouvidos conseguem ouvir, mesmo sem querer. Não é fácil seguir depois disso, mesmo sabendo o que seria dito, mesmo sabendo as reações. Sempre é difícil, é como se fosse a primeira vez.
Agora, porém, eu não tenho onde me apoiar. Preciso de uma fonte de forças que me encoraje a continuar meu caminho. Tento ter forças pra seguir sozinha. Eu não tenho mais pressa. Posso esperar até que todos fiquem em silêncio. Eu sei que ainda vou conseguir.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Preciso de paz...


Eles tentam me convencer sobre qual caminho seguir. Estão agarrando minha vida como se ela pertencesse a eles. Não importa o quanto eu grite, eles parecem não se incomodar. Entretanto, já não faz mais diferença. Pois, finalmente, consegui fazê-los parar. Não ouço mais o que dizem, apenas posso ver a sincronia de seus lábios inquietos. Já lhes disse que eu não vou seguir as mesmas velhas regras. Eu posso criar as minhas próprias, agora. Apenas me deixem em paz...

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Trecho de Catty Girl


"Os pássaros cantavam um pouco mais alto do que o normal. Eu podia ouvir respirações, alguém estava por perto. E se fossem os homens novamente? O que eu faria? Era melhor continuar com os olhos fechados, em silêncio.

Uma faca atravessou meu peito. O ar sumiu. Mas eu ainda pude abrir os olhos. Apenas árvores. Entretanto, a dor continuava. A faca ainda estava lá, mas estava em movimento, agora. Ela perfurava cada órgão do meu corpo, e eu não conseguia fazê-la parar. Não havia o que parar. Minhas mãos apalpavam o ar; não havia faca alguma.

Tentei levantar do chão. Eu precisava juntar forças para encontrar o caminho de volta. Eu precisava de ajuda. Eu gemi alto, como se adiantasse alguma coisa, como se a dor diminuísse ou como se alguém pudesse me ouvir. Parecia não haver mais saídas. Seria melhor se tudo acabasse. Eu já havia tentado de todas as formas, mas não existiam forças em nenhum ponto do meu corpo. A dor já não me afetava mais. Todas as minhas células conspiravam para que aquilo acabasse, para que a dor me tomasse por completo, e então sumisse, deixando que eu descansasse em paz. Era tudo o que eu pedia.

Ben, Davi, George, Kate, Sam, Lia... Esses nomes rondavam a minha mente, enquanto eu me entregava à morte. Eu queria lutar por eles. Eu precisava viver por eles. Porém, a escuridão já havia tomado conta de todo o resto e não havia o que fazer. Não existia solução, a não ser esperar. E foi o que eu fiz. Novamente, tudo ficou escuro."


Por Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)
© direitos reservados a autora

Ah, o amor...


Às vezes ele ainda vaga na minha mente. Mas meu coração simplesmente não consegue mais acreditar.
Ele costumava me encontrar com mais frequência. Agora, porém, ele passa desbercebido. Eu não possuo mais a capacidade de enxergá-lo. Penso que ele pode estar extinto do meu coração. Entretanto, eu me encho de esperança - contra a minha própria vontade - quando ele ameaça reaparecer.
Eu não sabia que seria tão difícil encontrar o amor.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Ben (Catty Girl - the outset)




"Ben rolou pela grama, caindo em cima de mim, mas sustentando seu peso a uma distância considerável do meu. Meu coração batia apressado e minha respiração o acompanhava. Ben me encarava com um sorriso escondido no rosto. Seus lábios se moveram em sincronia com os meus, enquanto o perfume dele se alastrava na minha mente. Não havia como descrever o quanto eu estava dominada por ele naquele momento.

Sua mão direita percorria a minha pele agora, fazendo desenhos pelo meu corpo, do meu pescoço à minha cintura. Meus dedos prenderam-se ao cabelo dele, quando uma sensação gelada fez minha pele se arrepiar.

Ele interrompeu nosso beijo. – Está chovendo! – Ele encarou o céu, as gotas frias molhando seu cabelo. Aquela cena nem se quer parecia real, por um momento, questionei a mim mesma se eu estava sonhando.

Apesar da chuva, o sol continuava a brilhar lá em cima, como se conspirasse ao nosso favor.

- Isso foi um sim? Você me perdoa? – Eu finalmente lembrei que ele me devia uma resposta.

Ele apenas assentiu com a cabeça, como se quisesse esquecer o assunto.

A chuva estava mais forte agora, e algumas nuvens lutavam contra o sol, tentando escondê-lo."


Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)

domingo, 16 de agosto de 2009

Catty Girl - trecho


"Eu pesei minhas escolhas durante um breve segundo. E decidi que eu poderia fazê-lo feliz pelo menos por um minuto. Ele iria embora amanhã, e eu provavelmente não o veria mais. Eu congelei. Não havia pensado desta forma antes. Nunca mais o veria? Eu não sei se suportaria isso. Eu sentiria saudade dos seus abraços apertados, da sua força exagerada ao me beijar, do seu desejo por mim. De como eu era feliz ao lado dele, não em todos os momentos, eu diria que poucos foram os momentos que eu fui realmente feliz com ele, mas eu me lembraria só destes, e um buraco se formaria no meu peito. Eu já estava sentindo aquele buraco, ainda pequeno, se formando. Como se fosse um câncer sem cura, que estivesse evoluindo. Mas descobririam uma cura, e com o tempo ele se fecharia, ele cicatrizaria. Deixaria sua marca, mas eu seria capaz de olhar para a cicatriz e sentir felicidade, por eu ter passado por aquilo, sobrevivido.

Eu não demorei muito para escolher a atitude certa. Ele ainda estava parado na minha frente, com a expressão decepcionada, tentando encontrar uma resposta no meu rosto. Eu sorri pra ele e me aproximei devagar. Ele me segurou pela cintura, delicadamente. Fechei meus olhos e deixei que ele fizesse o resto. Ele retirou uma mão da minha cintura e tocou meu rosto, deslizou a mão pelo meu pescoço e a descansou lá. Eu fiquei na ponta dos pés e segurei seu rosto com as minhas mãos. Encostei meus lábios nos seus. Senti um tremor dentro de mim. O buraco – eu imaginei – se abrindo cada vez mais, ficando mais negro e profundo.

Desejei voltar no tempo e não tê-lo beijado, eu estava errada, eu não poderia fazê-lo feliz nem sequer por um minuto. Mas já era tarde demais. Nossas línguas já estavam atadas dentro de nossas bocas. Eu entreguei-me ao seu beijo.

Foi como uma despedida, eu diria. E ele parecia saber disso. Tentei aproveitar cada momento, cada toque dele. Concentrei-me em suas mãos, acariciando meu pescoço, depois minhas costas. Foi maravilhoso, mas ao mesmo tempo doloroso. Eu o afastei e tentei sorrir o mais convincente que pude."


Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)
© direitos reservados a autora

Pesadelo...


"Estava escuro e frio, e eu caminhava como se estivesse caminhando há horas, ou até dias. Eu estava indo em direção à luz azul. Meu rosto estava molhado, olhei para o céu, em vão, não consegui ver nada. De repente, eu estava correndo, percebi que a umidade do meu rosto era suor. Eu estava fugindo de algo, sem olhar pra trás, ainda em direção a luz azul. A luz agora ficava mais forte, eu estava finalmente alcançando a claridade. Quando meu corpo ultrapassou as sombras, eu olhei para trás. David estava lá, com as mãos estendidas pra mim, um olhar triste. Olhar, porém, que não durou muito tempo, agora ele me olhava frio, como se não fosse eu quem estivesse ali. Senti outros olhos em mim. Olhei para o lado: Ben segurava minha mão, e me encarava sem dizer nada. Sua expressão também não demonstrava nenhum sentimento, ele estava paralisado, assim como David."


Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)

Sonhando...


"David estava ao meu lado, vestido formalmente. Ele me olhava como nunca olhou antes, um olhar mais apaixonado do que o normal. Ele beijou-me na testa e então se ajoelhou. Eu segui seu olhar e percebi que ele olhava para um senhor que estava à nossa frente, com um livro nas mãos. Demorei alguns segundos para perceber que aquele era o padre, e que era o nosso casamento. Eu olhei ao redor, Lia estava no altar, como minha madrinha e Ben estava ao lado dela, ele parecia estar chorando. Eu via ódio e rancor no seu olhar. Meu pai estava do lado de Ben, com minha irmã, Kate. Ela estava linda, sorrindo pra mim, encorajando-me. Meu pai olhava David com repulsa. Enquanto isso, o Padre fazia o discurso. David beijou minha mão, e senti a aliança pesar no meu dedo. Eu pude ver meus amigos nas fileiras da frente: Amber, Dan, Natt, Thomas, Robert, Eric. A igreja estava lotada. Eu estava sufocada. O Padre questionou-me, era a hora que eu deveria dizer 'sim'."


Michele Penteado. (trecho de Catty Girl - the outset)