terça-feira, 20 de abril de 2010

Preocupações pra quê?


Às vezes é bom nos desprendermos dos porquês. Na vida não há motivo pra tudo, talvez o sol apareça hoje, talvez sejam as nuvens cinzas e pesadas que venham no seu lugar, mas quem sabe disso? Talvez os meteorologistas... Bem, até eles erram.
Não há motivos para amar, já dizia na composição de Renato Russo: "E quem um dia irá dizer que existe razão não coisas feitas pelo coração?". Amor nunca é demais, desde que você não esqueça de amar a si mesmo.
É muito mais simples amar do que odiar. o ódio é um atraso de vida, faz mal principalmente a quem o sente.
Deixar de lado o "talvez" também faz com que aproveitemos mais a vida.
Pode acontecer, como pode não acontecer. Esse é justamente o sentido da palavra. Então, pra que se preocupar?
São regrinhas simples, com algumas exceções, como qualquer regra que temos na vida. No entanto, por que é tão difícil seguí-las?
Acredito que todos nós sabemos a resposta: Nós somos difíceis, nós complicamos cada simples gesto. Escondemos sentimentos, guardamos rancores, pesamos por vezes e vezes os prós e contras - Ok, se preocupar faz bem, mas se preocupar demais apenas traz rugas -, procuramos respostas para questões inquestionáveis.
O dia seria mais leve, se pelo menos uma vez nós não nos importássemos muito com o porquê ou o talvez.
Eu deveria ter tentado isso hoje...

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Amor




Ela tinha finas linhas, cor de prata, entrelaçadas, e de um material muito pesado. Bem, talvez não fosse o material que proporcionava aquele peso. Talvez a responsabilidade fosse demais para mim.
Ainda havia a pequenina pedra no topo do anel, que machucava meus olhos com a luz do sol, enquanto eu o observava assustada.
Mas então havia outro peso em cima de mim, porém, este era quente e acolhedor, e, de certa forma, não me parecia um peso.
Ele acariciava meus cabelos, e beijava minha testa, era como se não se importasse com o que eu realmente estava sentindo. Como se não fizesse diferença se eu não o quisesse mais, ele ainda assim me quereria.
No entanto, era justamente esse ato que me fazia permanecer ao seu lado. Mesmo com tanta rejeição, com tantos murmúrios e reclamações tolas da minha parte, ele ainda estava ao meu lado. Suas mãos ainda continuavam sobre meus cabelos, e seus lábios me presenteavam com beijos leves e doces por toda a minha face. Então, por que eu o deixaria?
Eu penso que já aprendi a amá-lo.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

quarta-feira, 7 de abril de 2010


Ela sentia-se fraca e vazia, mas ela sabia que essa não era a solução. Ela sabia que nada se resolveria desse jeito, apenas criaria novos problemas e dores para os que mais amava.
Mas então ela se perguntava: Qual a solução? Esconder, mais uma vez, todos os seus medos e dores? Encobrí-los com mentiras e ser forte - ou pelo menos parecer - até que possa estar sozinha e segura sob as cobertas na sua cama?
Ela apenas não entendia o porquê de tanta distância dos que amava.
Seus olhos já estavam fechados quando a última lágrima caiu. Ela sonharia em estar melhor pela manhã.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

domingo, 7 de fevereiro de 2010


Eu podia sentir o calor do sol no meu rosto, e ver o laranja dos raios através dos meus olhos fechados.
Então a escuridão tomava conta, o laranja ia embora, mas ainda havia um calor sob a minha pele. E eu sentia seus lábios tocando meu rosto lentamente, e se afastando, deixando o sol me encontrar outra vez, e retornando, traçando o caminho para os meus lábios.
Você deveria saber que eu não abriria meus olhos tão cedo. Não enquanto eu tivesse você ao meu lado. Porque, e se eu estivesse sonhando? O sentimento era muito bom para deixá-lo ir embora antes de aproveitá-lo por completo. Contudo, você também deveria saber que eu nunca estaria satisfeita. Eu sempre desejarei mais de você.
Então eu só peço que você cubra o sol outra vez, por enquanto eu tenho um calor melhor do que os seus raios.

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O fim


Da sua boca sairam promessas atrás de promessas. Eu já lhe disse que elas não valem mais nada. São apenas palavras se você não der vida a elas.
Você parece querer tentar novamente. Eu sei que você me viu em pé, mas você deveria saber que eu não ficaria no chão por muito tempo. Contudo, talvez seja tarde demais para outra tentativa. Meu coração não sofrerá mais quedas e perdas.
Não faça essa cara pra mim. Seu olhar triste e suas palavras doces já não têm mais o mesmo efeito estonteante que tinham antes. Eu não vou mergulhar no azul dos olhos, eu tenho meu próprio bote salva vidas agora. E não pense que eu pularei dele.
Talvez se você me deixasse seguir em frente...

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Diferentes


Hoje quando eu acordei, o sol se escondia envergonhado, brincava pelas nuvens, foi uma pena não tê-lo visto por completo. Porque então eu poderia aproveitar cada pequeno raio que tocasse meu rosto, seria como uma grande fonte de energia. Talvez me ajudasse a levantar da cama. Mas ele não apareceu...
Então, eu pensei que talvez ele estivesse aparecendo pra você. Já que nós somos como os pólos da Terra. Talvez ele estivesse aquecendo seu rosto pela manhã. Isso fez com que eu saísse do calor das cobertas e encarasse um novo dia.
Mas eu observei meu telefone durante todo o trabalho. Eu fiz promessas bobas, e competições comigo mesma, imaginando se você ligaria. Quem sabe apenas uma mensagem, algum sinal de vida. Bem, talvez seja porque nós somos como os pólos da Terra.
À noite, enquanto eu me virava de um lado para o outro na cama, você não saiu do meu pensamento durante um segundo. Eu não queria você aqui dentro, mas apenas não há um jeito de tirá-lo daqui. Porque se houvesse, você sabe que eu não estaria mais tão ligada à você. Se houvesse apenas uma maneira de no meu coração nós também sermos como os pólos da Terra, então você saberia.

Por Michele Penteado.
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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Apaixonada


Meu coração foi aberto, talvez pela segunda vez na minha vida. E eu queria poder controlá-lo agora. Porque... E se você não for a pessoa certa? E se meus olhos não enxergarem um palmo à minha frente? Então, como eu posso andar no escuro?
Eu não suporto não saber onde estou pisando. É apenas um pouco de segurança que eu preciso agora, e você ofereceu sua mão. Mas, então, havia este enorme buraco no chão, e eu estou presa nele neste exato momento.
Eu só desejo saber como sair da escuridão. Eu sei que estou perdida... Eu deveria saber que era como uma rua sem saída. Você tem meu coração em suas mãos, e não é como se eu pudesse fazer alguma coisa a respeito...

Por Michele Penteado.
© direitos reservados a autora